[ TRANSBORDA ]
Mergulhada e concentrada no tempo presente, a artista Paula Costa passa horas bordando pensamentos em plantas e flores vivas.
Transformando em objeto artístico algo que morrerá em poucos dias, a artista valoriza a beleza e independência da vida diante de nossas dúvidas e questões mais profundas. A vida segue seu curso e a morte faz parte dela não como vilã mas sim como continuação de seu propósito.
A experiência de vivenciar uma obra de arte viva, orgânica, secando dia após dia, sem saber sua aparência final é diferente de se observar quadros em galerias, imutáveis. É um exercício de liberdade e desapego da artista à arte em si e também humildade perante ao inevitável.
Não existe domínio sobre a obra de arte se existe vida dentro da mesma.
Transborda é uma homenagem à vida e à tudo aquilo que é vão, ingredientes primordiais para nosso artesanato de escolhas e aprendizados.
Dedicado à memória de Miryan Romualdo da Costa ( sua mãe, artesã e dona de casa )